
Imagine uma pessoa que age exatamente como você. Ela fala, se comporta, e até parece ter emoções e sentimentos, mas não sente nada por dentro. Esse "alguém" não tem nenhuma experiência interna, como alegria, tristeza, dor, ou prazer. Podemos dizer que é como se ela fosse uma casca vazia—um "zumbi filosófico".
Essa ideia é usada pelos filósofos para falar sobre consciência e tentar entender se nossa mente pode ser totalmente explicada apenas pela física e biologia.
Contexto Técnico
Dentro da Filosofia da Mente, temos um tema relevante sobre a consciência: os "zumbis filosóficos". Este conceito é especialmente discutido no campo da "Filosofia da Consciência", em particular no debate sobre a relação entre consciência e materialismo. O conceito foi editado por David Chalmers, da Universidade de Nova York.
- Os zumbis filosóficos foram inicialmente introduzidos por Kirk (1974), mas já haviam sido discutidos de forma similar por Campbell (1970), que usou o termo "homem imitação".
- Uma versão importante do argumento da concebibilidade foi elaborada por Chalmers (1996), que também utilizou uma teoria chamada "semântica bidimensional".
O Argumento da Concebibilidade
Os filósofos que defendem essa ideia usam o seguinte argumento:
Podemos imaginar que zumbis filosóficos existem. Se você pode imaginar um ser humano que age como uma pessoa, mas não tem consciência, isso significa que é "concebível" (ou seja, dá para imaginar sem contradição).
Se podemos imaginar, talvez seja possível. Se conseguimos conceber esses "zumbis", então podemos pensar que talvez seja possível que eles existam em algum universo hipotético.
Se eles são possíveis, a nossa ideia sobre a mente está errada. Se realmente pudesse existir um ser que é fisicamente igual a nós, mas sem consciência, isso indica que a consciência não é apenas resultado da atividade do cérebro. Desse modo, isso seria um problema para quem defende que a mente é apenas física (materialismo).
Por Que Isso é Importante?
Esse argumento é usado para desafiar a ideia de que tudo na nossa mente é apenas resultado de reações químicas e processos cerebrais. Ele faz a pergunta: "Será que a consciência pode ser algo além do físico?" É uma maneira de dizer que, talvez, a nossa experiência de estar consciente seja algo mais misterioso, que não conseguimos explicar apenas pela biologia.
Críticas
Claro, muitos filósofos discordam dessa ideia. Eles dizem coisas como:
Zumbis não são possíveis de verdade, mesmo que possamos imaginá-los. Eles acham que, na prática, se algo é fisicamente igual a nós, então também tem que ter consciência.
Outros dizem que imaginar algo não significa que isso pode realmente existir. Só porque você pode imaginar, por exemplo, um dragão, isso não significa que ele pode existir no mundo real.
Esses pontos são usados para tentar mostrar que a ideia dos "zumbis filosóficos" não é uma boa maneira de provar que o materialismo está errado.
Resumo
Um "zumbi filosófico" é uma pessoa sem consciência, mas fisicamente idêntica a um ser humano.
Alguns filósofos acreditam que se podemos imaginar um zumbi filosófico, então a consciência não é só um fenômeno físico.
Outros filósofos acham que essa ideia não faz sentido, pois imaginar não prova que algo possa existir de verdade.
Assim, essa discussão está no centro do debate sobre o que realmente é a nossa consciência e se ela pode ser explicada totalmente pela ciência ou não.
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