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Saúde Masculina e Masculinidades



Introdução


A saúde dos homens não é influenciada apenas por fatores biológicos, mas também por construções sociais e desigualdades de gênero. Logo, vamos analisar como as expectativas sociais sobre o que significa "ser homem" afetam a saúde masculina e também a de mulheres e crianças, além de explorar ações para melhorar esses resultados.


Objetivo


  • Compreender a relação entre masculinidades e os resultados de saúde dos homens.

  • Identificar as diferenças nos padrões de saúde entre homens e mulheres.

  • Propor ações para melhorar a saúde masculina, com impacto positivo para mulheres e crianças.


Principais considerações


Diferenças de Saúde entre Homens e Mulheres


  1. Fatores Biológicos e Sociais:


    • Existem diferenças biológicas entre homens e mulheres que impactam a saúde.

    • Além disso, as construções de gênero e desigualdades sociais influenciam diretamente os resultados de saúde ao longo da vida.


  2. Sobremortalidade Masculina:


    • Os homens apresentam maior mortalidade por causas preveníveis, como:

      • Violência

      • Acidentes de trânsito

      • Consumo de álcool e drogas


  3. Modelo de Masculinidade Hegemônica:


    • O modelo tradicional de masculinidade (força, autossuficiência, controle, etc.) expõe os homens a mais riscos.

    • Esses comportamentos afetam tanto os homens quanto as pessoas próximas, como mulheres e crianças.


Fatores Sociais que Influenciam a Saúde Masculina


  1. Expectativas Sociais:


    • As normas sociais que exigem que os homens sejam "fortes" ou "independentes" limitam o autocuidado e o uso de serviços de saúde.

    • A "caixa da masculinidade" estabelece comportamentos como agressividade e homofobia, que prejudicam a saúde física e mental.


  2. Tríade da Violência:


    • Os homens fazem parte de um ciclo de violência que afeta:


      • Mulheres e crianças: violência doméstica, abuso e falta de participação no cuidado familiar.

      • Outros homens: violência entre pares e homicídios.

      • Eles próprios: suicídio, depressão e doenças relacionadas a vícios.


  3. Vulnerabilidades Sociais:


    • A classe social, etnia e orientação sexual agravam os resultados de saúde entre homens de grupos marginalizados.


Impacto da COVID-19 na Saúde Masculina


  • Durante a pandemia, os homens apresentaram maior probabilidade de morrer por COVID-19 em relação às mulheres.

  • Comorbidades como diabetes e doenças cardíacas, mais frequentes em homens, aumentaram esse risco.


Conclusões


Para melhorar a saúde dos homens, é fundamental implementar políticas públicas que considerem uma perspectiva de gênero relacional e interseccional. Essas políticas devem:


  • Reduzir as desigualdades de saúde entre homens e mulheres.

  • Promover masculinidades positivas e responsáveis.

  • Coordenar ações entre diferentes setores para melhorar os resultados de saúde de forma abrangente.


Perguntas Interativas


  1. Por que você acha que os homens têm maior mortalidade por causas preveníveis como violência e acidentes?

  2. De que forma o modelo de masculinidade hegemônica impacta o autocuidado entre os homens?

  3. Quais ações poderiam ser implementadas para melhorar os hábitos de saúde dos homens?


Resumo


Neste conteúdo, vimos como as construções sociais e culturais de masculinidade afetam negativamente a saúde dos homens, aumentando a mortalidade e morbilidade por causas preveníveis. O conceito de "ser homem" leva a comportamentos que não apenas prejudicam a saúde dos homens, mas também afetam as pessoas ao seu redor, como mulheres e crianças. Para melhorar a saúde de todos, é necessário desenvolver políticas públicas inclusivas e integradas, que abordem os diferentes aspectos das masculinidades.


Atividades Complementares


  • Leitura sugerida: Relatório completo "Masculinidades e Saúde nas Américas" (OPS, 2019).

  • Discussão em grupo: Proponha campanhas que promovam novas formas de masculinidade saudáveis e responsáveis.


Fonte Técnica: Keijzer, Benno et al (2023). Masculinidades y salud de los hombres en la Región de las Américas. Revista Panamericana de Salud Pública [online]. v. 46

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